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DAYANE MONTEIRO LEITE
Portfólio digital
Reflexões: Countering corporate violence: Degrowth, ecosocialism and organising beyond the destructive forces of capitalism
09/08/2021
Ekaterina Chertkovskaya and Alexander Paulsson
Lund University, Sweden
Reflexões: Countering corporate violence: News
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"A natureza humana vai destruindo tudo"
"A ambição humana levada sem limites"
"Destruição em massa"
"A verdadeira desgraça"
"Vidas jogadas as traças"
"Ninguém vai pagar?"
"Vão deixar pra lá?"
"Quem mais morrerá?"
- John Wayne
Para Chertkovskaya e Paulsson (2020) "a violência corporativa é uma forma de violência organizada motivada ou causada por interesse material, busca de lucro ou expansão econômica." Tal tipo de violência é imposta aos seres humanos e seus ecossistemas, encorajada cada vez mais pelo capitalismo, exigindo cada vez mais recursos, trabalho, tecnologia, dinheiro, aquisição de bens, materiais, trabalhando em empregos que não gostamos para comprar coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar pessoas com as quais nem nos importamos.
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Incêndios na Austrália (2019) retratam uma violência que vai além de uma falha organizacional, negligência administrativa ou forças da natureza. É um tipo de violência que acompanha o crescimento econômico em busca dos lucros infindáveis, onde se busca cada vez mais sem se importar com o preço futuro que iremos pagar. Recentemente a Grécia vem enfrentando situações parecidas. O país enfrenta a pior onda de calor dos últimos 30 anos, chegando a registrar temperaturas acima de 40ºC graus. Essa violência pode não gerar consequências imediatas, podem levar muitos anos, no entanto, uma coisa é certa: sempre é destrutiva.
Desenvolvida no campo dos estudos jurídicos, a violência corporativa é um conceito que se refere à violência motivada ou causada por interesse material, busca de lucro e expansão econômica. É o resultado de ‘Políticas e ações corporativas que expõem seres vivos a condições, produtos ou substâncias nocivas’ (Klein, 2014: 1).
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Barak (2003: 123) sugere que uma das formas mais comuns de violência corporativa "envolve a poluição em massa e envenenamento do meio ambiente". A mudança climática, para dar um exemplo importante, é uma consequência de violência corporativa "lenta" à medida que é exercida ao longo de um período de tempo e pode atingir com mais força com o tempo - seja em relação a seres humanos ou ecossistemas (ver Nixon, 2011).
Segundo Chertkovskaya e Paulsson (2020) há muitos culpados quando falamos em violência corporativa: governos, instituições internacionais, investidores e empresas. Para os pesquisadores o capitalismo promove a expansão de tecnologias que ao mesmo tempo além de gerar lucros também são destrutivas para o meio ambiente - "dependência de combustíveis fósseis, produtos químicos sintéticos tóxicos (decorrentes em particular da produção petroquímica), energia nuclear, grandes represas" - que produzem grandes quantidades de resíduos que são dispensados sem cautela na natureza.
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Embora possa parecer impossível um mundo fora do capitalismo e da violência corporativa os autores acreditam que uma sociedade orientada para o decrescimento pode ser uma forma e caminho para uma transformação sociológica, uma vez que o foco seria a sustentabilidade e justiça social como centro. Chertkovskaya e Paulsson (2020) ainda enfatizam que para que a mudança realmente ocorra, a organização pós-crescimento deve ser equitativa e não reproduzir a violência e injustiças do crescimento. A violência corporativa só pode ser combatida com ações, políticas, legislações e responsabilidades de agir com modelos organizacionais alternativos juntamente com movimentos sociais que buscam estabelecer uma sociedade pós-capitalista.
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